11 março 2011

Inteligência Espiritual - Estudo da Consciência dentro da Ciência


Durante muito tempo, o mundo viveu uma verdadeira obsessão por testes para medir o quociente de inteligência (QI), baseados na compreensão e manipulação de símbolos matemáticos e lingüísticos. Isso, segundo afirmavam os especialistas, era fundamental para a obtenção de uma vida materialmente próspera.

Estas informações, mal interpretadas pelo ser humano, o levaram a buscar a felicidade em bens materiais. Esse processo gerou uma competitividade desmedida e o isolamento surgiu como resultado óbvio.

O materialismo e o egocentrismo provocaram uma grande crise existencial.

Nos anos 90, descobriu-se que QI elevado não era sinônimo de sucesso. Para se dar bem na vida, era preciso ter também o quociente de inteligência emocional (QE), ou seja, ter autoconhecimento, autodisciplina, persistência e empatia. Isso ajudaria a gerar bons relacionamentos que, unidos à prosperidade material levariam o ser humano a encontrar a tão sonhada felicidade.

Novo engano. A crise existencial anterior se manteve, acrescida de uma profunda sensação de vazio interior. O homem finalmente percebeu que a análise lógico-racional não conseguiria dar conta de todas as suas questões existenciais. E que ele precisava de algo mais para ser feliz: desenvolver uma nova consciência, mais holística e mais fraterna e assim obter paz interior e alegria.

Recentemente a ciência veio apoiar a idéia do desenvolvimento de uma nova consciência. O neuropsicólogo americano Michael Persinger e, o neurologista Vilayanu Ramachandran, da Universidade da Califórnia, identificaram no cérebro humano um ponto chamado de "ponto Deus" ou "módulo Deus", que aciona a necessidade humana de buscar um sentido para a vida. O "ponto Deus" mostra que o cérebro evoluiu para fazer perguntas existenciais, para buscar sentidos e valores mais amplos.

Segundo os especialistas, surgiu a possível solução para a crise existencial: desenvolver a QS ou Quociente de Inteligência Espiritual.

Enquanto o QI resolve primordialmente problemas de lógica e o QE nos ajuda a avaliar as situações e a reagir a elas de forma adequada, levando em conta os próprios sentimentos e os dos outros, o QS coloca nossos atos e experiências num contexto mais amplo de sentido e valor, tornando-os mais efetivos. O QS aumenta nossos horizontes e nos torna mais criativos.

É uma inteligência que nos impulsiona. É com ela que desenvolvemos valores éticos e crenças que vão nortear nossas ações. Com ela realizamos o pensamento criativo, capaz de "insights", formulador e revogador de regras.

Ela é a fonte do bom senso, do equilíbrio, da mansidão, da lucidez profunda.

Ela motiva a obtenção de capacidades importantes e necessárias a todo ser humano: ser flexível, obter um grau elevado de autoconhecimento, saber enfrentar os momentos de fracasso, de rompimentos e de dor e aprender com o sofrimento, ver conexões entre realidades distintas, entender o todo e aceitar as diversidades.

Ela nos leva a questionar nossas escolhas, a refletir se queremos estar nessa ou naquela situação, se essa é a vida que queremos levar. Ela nos leva a criar situações novas, a perceber, por exemplo, a necessidade de mudar de rumo ou de investir mais num projeto.

Usamos a inteligência espiritual quando nos sentimos num impasse, quando enfrentamos as armadilhas de velhos hábitos ou quando temos problemas com doenças ou sofrimentos. O QS nos mostra que temos problemas existenciais e nos aponta os meios de resolvê-los.

Vale ressaltar que não estamos falando de religiosidade. Muitas pessoas se dizem religiosas mas têm uma sabedoria espiritual baixíssima porque buscam na religião apenas certezas e "salvação"; não percebem a importância da dúvida e do questionamento. Nem entendem que devem tomar para si as rédeas de suas vidas pois somente a ação gera o resultado.

No entanto, o simples questionamento existencial não basta para acabar com o vazio da vida moderna. É preciso dar ao mundo interno a importância que ele merece. A vida interna lida com o pensamento, as emoções, as energias, as imensas possibilidades humanas, de uma forma diferente que a vida externa, materialista.

Agora que conhecemos bastante do mundo externo que nos cerca, seus métodos e possibilidades, devemos nos aplicar em conhecer de forma disciplinada e comprometida nossa dimensão interior, e assim desenvolver nossa Inteligência Espiritual.

Focalizando na vida interna vamos conhecer aquilo que somos e como somos. Então poderemos nos transformar, superando as barreiras que foram impostas ao nosso pensamento, harmonizando nossas emoções, equilibrando nossas energias, nos conectando com nossa intuição, nos re-ligando ao Eu Superior e sua infinita sabedoria, imensa alegria e profunda paz!

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