13 março 2012

VIVA E DEIXE VIVER!

Amados!

Sou uma pessoa abençoada e recebo frequentemente a oportunidade de grandes experiências.

Tenho imenso prazer em participar de um grupo de trabalhadores dedicados ao bem da infância. Trata-se da ONG Viva e Deixe Viver.

Recebi hoje um texto escrito por um de seus integrantes com o qual concordo inteiramente. Ele nos fala sobre a mente humana e nos leva a refletir sobre nossa imensa responsabilidade na utilização das palavras. Vejam que delícia!

Leitura, Oralidade e Cidadania - Contar e Ouvir Histórias

Somos aquilo que vamos adquirindo ao longo da vida. Os primeiros jogos, as brincadeiras, as cantigas, os contos vão imprimindo em nós um pouco daquilo que vamos ser quando adultos. Não somos passivos às experiências e, a cada uma aprendida, incorporamos informações, transformamos, acrescentamos parte de nossa própria herança e vamos construindo nosso jeito de nos olhar e de olhar o mundo. Produzindo saber, saberes, comprometidos com nossa época e lugar.

As muitas histórias ouvidas na infância passam a constituir pequenos acervos que, interagindo com nossas vivências, vão contribuindo significativamente para o exercício da crítica acerca das coisas que presenciamos, permitindo apurar nosso papel de cidadão. Não se trata de entender a moral da história, mas de perceber que o contar e o ouvir histórias podem ser fortes componentes para formar o sentido da responsabilidade social de cada um de nós.

Mesmo antes da escrita, o homem lia. Lia o mundo com seu olhar, com suas experiências sensoriais e, utilizando-se da linguagem oral e das imagens, trocava idéias, refletindo sobre tudo que o cercava.

E, mesmo com a escrita, continua se utilizando da palavra oral e das imagens para fazer suas observações e, principalmente, argumentar. Escrevendo e dando voz.

Não só falando ou contando histórias, mas ouvindo o outro contar também outras histórias, ouvindo a voz do outro, o homem partilha suas impressões sobre a vida e discute as questões que ocorrem na vida.

Vamo-nos tornando cidadãos à medida que, conhecendo a realidade que nos cerca, por meio de troca de notícias e de argumentos, adquirimos não só a sensibilidade necessária para perceber nossos acertos, nossos erros, os erros e acertos do outro, mas principalmente a capacidade de intervir e transformar essa realidade. Assim procuramos qualificar nosso exercício diário de discernimento: lançando múltiplos olhares sobre as mesmas imagens e questões que nos são postas na relação com o outro e com a natureza e, desse jeito, participando da gestação de um mundo que desejamos justo e, portanto, melhor na escolha e formação de repertórios.
Francisco Gregório Filho