06 setembro 2010
O Poder das Palavras, No Princípio era o Verbo!!!
Na sexta-feira última, voltando do consultório para casa, liguei meu celular na Sulamérica Paradiso. Dentro da programação da rádio existem quadros nos quais convidados falam sobre temas diversos que vão desde vinhos até cinema.
E foi neste quesito que ouvi um comentário de Rubens Ewald Filho, crítico de cinema, sobre o filme Nosso Lar, baseado na obra do espírito André Luiz, psicografia do inesquecível Chico Xavier.
Eu espero ansiosa este filme por se tratar de uma obra importante da literatura espírita. Então parei para ouvir o comentário.
Pois qual não foi minha surpresa quando o crítico literalmente “detonou” o filme.
Primeiro, tentando parecer simpático, disse estar decepcionado pois até assistir o filme acreditava que depois da morte as pessoas “boas” iam para o céu e percebeu que não é isso o que acontece.
Segundo ele, André Luiz, logo após o seu desencarne, "desperta em um lugar horroroso onde há muito sofrimento...um local com gente feia”. E depois de sair deste lugar as pessoas tem que trabalhar bastante até conseguirem ir para um lugar bom.
É compreensível que sendo de doutrina diferente da espírita ele acredite no Paraíso. Mas seus comentários foram, no mínimo, infelizes pois feitos com uma ironia totalmente desnecessária.
Depois disso, Rubens comenta que o elenco do filme é “fraquinho” e classifica como inadequada a participação de Renato Prieto como ator principal do filme. Como expert em cinema considera que o protagonista deveria ser interpretado por um ator de peso como Tony Ramos ou Antônio Fagundes.
Apesar de tratar-se de um especialista em cinema, percebo uma certa falta de bom senso considerando-se estarmos falando sobre este filme.
A respeito do filme, cabe aqui uma explicação: o local horroroso citado por Ewald Filho se chama Umbral. Após o desencarne, o espírito será atraído para a região espiritual cuja frequência coadune com a de sua mente. A zona umbralina é uma região localizada logo acima da camada atmosférica do planeta, em uma outra dimensão, para onde podem ser atraídos espíritos ainda imperfeitos. E esta é uma explicação bastante superficial do processo.
André Luiz, hoje um espírito mais esclarecido, era na época de seu desencarne uma pessoa materialista. E por isso foi atraído para a região mostrada no filme.
Hoje, domingo, lendo a coluna Gente Boa, de autoria de Joaquim Ferreira dos Santos, no jornal O Globo, li a seguinte nota: “Na contra mão da literatura mulherzinha de “Comer, amar, rezar”, o terapeuta de casais Jorge Bucay está lançando “Amar de olhos abertos”...
Aqui começo minhas considerações sobre a importância das palavras.
Há alguns séculos, a palavra de um homem era seu maior bem. Naquele época não existiam contratos. A palavra bastava.
A palavra não é apenas um som ou símbolo. É força. Ela é o poder que temos de criar, o dom que vem diretamente de D´us.
Através da palavra expressamos nosso poder criativo. Por meio dela nos comunicamos. Ela é a materialização dos pensamentos, portanto, com ela criamos nossa vida. Por meio dela manifestamos tudo. Nossa intenção vem através dela. O que sonhamos, sentimos e realmente somos é expresso por ela.
Quantas guerras poderiam ser evitadas se houvesse maior cuidado na escolha das palavras.
No excelente livro Os Quatro Compromissos (já citado aqui no blog em Fevereiro de 2010) escrito por Dom Miguel Ruiz, no primeiro compromisso há uma clara recomendação para sermos “impecáveis com nossas palavras”.
Como Dom Miguel diz no livro “parece simples mas é extremamente poderoso”.
Quando vejo profissionais como Rubens e Joaquim, que tem por matéria-prima em seu trabalho a palavra, tão descuidados com elas me preocupo. Para ser congruente escolho cuidadosamente minhas próprias palavras.
Afinal de contas, quem disse que o livro Comer, Rezar, Amar é literatura “mulherzinha"? Me soa como puro preconceito.
As pessoas que amaram o livro (quatro milhões de cópias vendidas!) e possivelmente o filme protagonizado pela competente Julia Roberts, ficariam certamente ofendidas com comentário depreciativo de Joaquim.
E quanto a Rubens, se ele se informasse melhor sobre o filme saberia quem é Renato Prieto e então entenderia a escolha de seu nome para o papel.
Prieto é, de fato, um ator de talento mediano (se é que estou habilitada a este julgamento!). Mas, apesar de ser pouco conhecido na mídia, tem imenso engajamento na divulgação do espiritismo de Kardec e vem dedicando sua carreira a participar de peças e filmes espíritas.
Qualquer pessoa que já tenha ido a uma peça espírita deve ter ouvido seu nome.
Como a adaptação de Nosso Lar para o cinema tem por objetivo divulgar a doutrina e não fazer cinema, apesar de usar este veículo de comunicação para tal fim, acredito firmemente que a escolha dele para interpretar André Luiz não tenha sido aleatória, mesmo não tendo o “grande talento” dos atores citados por Rubens.
Termino com um ensinamento recebido de um amigo querido, Pedro Porto, publicitário fantástico que um dia me disse: “Comunicação não é o que uma pessoa diz e sim o que a outra entende”.
Vamos refletir quanto nossas palavras podem ser danosas a nossa vida e a de quem amamos. Quantas palavras emitimos sem cuidado, inconscientes de que elas são responsabilidade nossa.
Cada palavra que pensamos e dizemos emite uma vibração que nos rodeia e se mantêm conosco influenciando nosso aura e atingindo os ambientes que freqüentamos.
Tenhamos mais cuidado e mais responsabilidade sobre o que falamos aos outros, sem nos esquecer de que o que dizemos atinge a todos, inclusive a nós mesmos.
Vamos transformar nossas palavras em veículos de construção, crescimento e plenitude pois foi para isso que elas foram criadas.
Um beijo carinhoso a todos!!!
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Analu, concordo contigo; a escolha de Renato Prieto foi muito acertada e merecida , porque ele nos emociona bastante no filme e tem todo o mérito de ser o protagonista. Ninguém , mais do que ele, poderia ser o André Luiz, por tudo que vem fazendo para divulgar a doutrina .
ResponderExcluirBjos prá vc tb