15 dezembro 2012

AFETO, COGNIÇÃO E VOLIÇÃO: ATRIBUTOS DA MENTE

O ser humano deseja ser amado, necessita rodear-se de amigos, sentir-se valorizado. Vem a esse mundo para viver essencialmente bem, sem muitos atropelos, almejando a paz, esperando dar-se bem profissionalmente para pagar contas, ter comida, vestes, teto e alguns brinquedos. A maioria preocupa-se com a criação dos filhos, com a manutenção da família e aguardam com grande expectativa que a vida proveja no final que as crenças se ancoraram no verídico, que os tombos foram as melhores têmperas; mas poucos no fim da vida acabam por merecer os amigos verdadeiros, aqueles que não passaram as mãos nas cabeças, mas que as tinham a postos a serem estendidas nos momentos mais cruciais. A humanidade age em função da aceitação pelo outro, deseja ser valorizada, precisa ser ouvida, quer participar. Títulos, cargos, poder, dinheiro têm relativa pouca importância, bem pouca se comparados com o que é definitivo e que fica intimamente na alma, os verdadeiros valores que são carregados na eterna jornada, as boas emoções, alimentos do espírito e essência da vida. Bons são os indígenas, simples, naturais, conectados com a mãe Terra, sentindo-se partes dela e não julgando-se donos dela, servos da harmonia da natureza e não crentes que o planeta é para sua servidão; dão, naturalmente, atenção aos verdadeiros valores humanos e universais. Há quem viva por valores artificiais, desejam ser valorizados por feitos, obstinam-se por deixar marcas para serem eternizados, não almejam alimentar o espírito, não esperam levar lembranças de emoções superiores, assentam o fulcro dos seus sentimentos no Ego, precisam que se lembrem deles, não precisam se lembrar de nada. Mas no íntimo a humanidade está assentada em algo muito primordial, a busca do afeto, do carinho, da consideração, do cuidado recebido por alguém fora de si, uma básica função da mente humana ao lado da volição e da cognição, tão importantes como para o corpo são a comida, a água e a respiração. O apreço é percebido inconscientemente pela mente centrada, onde houver amor e lealdade, onde é possível a presença da interação de pessoas interessadas apenas na companhia, onde gestos simples marcam as vidas e escrevem as histórias de verdadeiros amigos. A volição, outro componente da mente, fundamenta a conduta consciente da tomada de decisões diante de motivações, dependente de informações internas, mentais, e da vontade que imprime um caminho para um fim. Uma árvore, um corpo humano, e todo o universo manifesto, são basicamente carbono, hidrogênio, nitrogênio e outros elementos, coisas iguais mas também plurais, sendo a diferença entre as coisas materiais o conteúdo de energia e informação que carregam. O homem tem o privilégio de poder ser consciente dessa estrutura energética e informativa que permeia o universo, e de si nesse contexto. Os pensamentos, sentimentos, memórias e princípios dependem da maior ou da menor conexão com a verdade; quanto mais conscientes, mais se descortinam os mistérios de tudo que está imerso no grande caldo vibracional da imensidade infinita das coisas manifestadas e não manifestadas, a luz, a matéria e a grande massa negra que a ciência hoje estuda; a consciência faz acender a percepção da interação da matéria e da energia em toda parte, mente e corpo se projetam, se expandem. Embora todos os corpos e mentes estejam em franca interação com todo o universo, nem todos estão aptos a entender e a interagir seu corpo e mente estendidos. É por essa realidade que é possível, por meio da vontade, modificar energias do corpo, ter saúde no lugar de doenças, paz ao invés de ansiedade, coragem no lugar do medo. Essa é a base da psicossomática, agir no físico pela ordem ou determinação consciente independente de crenças; essa propriedade funciona graças a duas qualidades inerentes à consciência: a atenção e a intenção. A ação com atenção concentrada se fortalece, sem ela se enfraquece e desaparece. A intenção transforma a energia e a informação, organiza a sua realização. A força da intenção no objeto da atenção gera os resultados pretendidos, desde que esteja dentro da ética universal divina. Tudo depende da intenção, mesmo antes da ação. O ser humano pode modificar o mundo pela força da intenção, desde que se mantenha dentro da ética humana e divina. Pode contar com o divino, com o poder do amor e da misericórdia, se fizer melhoras em si, se afastando da maledicência, da maldade, do egoísmo, e especialmente da soberba gerada pela fascinação por algum mero poder temporário, que esfria a alma, endurece os sentimentos, afasta do poder de Deus. Agindo certo tem-se à disposição o poder do universo, as forças da criação, da expressão do não manifesto ao manifesto. Mas é necessário ter ética, lealdade e ser imbuído por intenção em benefício do ser humano e do mundo. A volição também é a capacidade que tem o espírito de adiantamento moral de se transportar ao mundo espiritual, como em vôo, para onde quiser ou lhe for determinado, sintonizar-se às forças da criação, realizar mais, muito mais, fazer o que nunca fará a mente medíocre. A cognição, outro atributo da mente, impulsiona a humanidade para a busca do conhecimento, capacita a assimilação de percepções da realidade, permite as tomadas de decisões na execução das demandas das funções assumidas na vida, nas missões que o destino põe a cada indivíduo. Como toda situação é resultado da soma das decisões tomadas ao longo dos momentos das escolhas, melhores escolhedores serão os dotados de inteligência racional, emocional e espiritual, os que valorizam o afeto, os capacitados à volição, os que têm clareza cognitiva. As atitudes e decisões desses, são facilmente identificadas: têm ética, delicadeza, educação, consideração, solidariedade, humildade, gratidão, bondade, tolerância, misericórdia, resignação e justiça. Traduzem o que se espera do construtor social: decisões movidas pela sabedoria com retidão, ações impulsionadas pela força com equidade e realizações repletas da beleza de obras significativas. São atitudes e decisões que traduzem especialmente pureza de princípios. Texto extraído do blog Pela Ordem

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